17 de Tamuz, fontes para reflexão

O dia 17 de Tamuz marca o início dessa parte do nosso calendário conhecido como בין המצרים 'as três semanas intensas'.

Tradicionalmente, se trata de um período de luto pelos Templos perdidos em Jerusalém.

Este período também pode nos ensinar sobre o conceito de espiritualidade dos rabinos, ao usarem o calendário como uma ferramenta de ensino.

Por exemplo, se diz que mais de um evento ocorreu no dia 17 de Tamuz:

(ו) חֲמִשָּׁה דְבָרִים אֵרְעוּ אֶת אֲבוֹתֵינוּ בְּשִׁבְעָה עָשָׂר בְּתַמּוּז וַחֲמִשָּׁה בְּתִשְׁעָה בְאָב. בְּשִׁבְעָה עָשָׂר בְּתַמּוּז נִשְׁתַּבְּרוּ הַלּוּחוֹת, וּבָטַל הַתָּמִיד, וְהֻבְקְעָה הָעִיר, וְשָׂרַף אַפּוֹסְטֹמוֹס אֶת הַתּוֹרָה, וְהֶעֱמִיד צֶלֶם בַּהֵיכָל. בְּתִשְׁעָה בְאָב נִגְזַר עַל אֲבוֹתֵינוּ שֶׁלֹּא יִכָּנְסוּ לָאָרֶץ, וְחָרַב הַבַּיִת בָּרִאשׁוֹנָה וּבַשְּׁנִיָּה, וְנִלְכְּדָה בֵיתָר, וְנֶחְרְשָׁה הָעִיר. מִשֶּׁנִּכְנַס אָב, מְמַעֲטִין בְּשִׂמְחָה:

(6) Houve cinco eventos que aconteceram aos nossos antepassados no dia 17 de Tamuz, e cinco no dia 9 de Av.

No dia 17 de Tamuz: As Tábuas foram quebradas - A oferta Tamid (contínua/diária) foi cancelada - As [paredes] da cidade foram violadas; E Apostomos queimou a Torá, e colocou um ídolo no templo.

No dia nove de Av Foi decretado que os nossos antepassados não deveriam entrar na terra - O primeiro Templo foi destruído - E na segunda vez, Betar foi capturada - E a cidade foi arada.

Quando Av entra, eles limitavam sua alegria.

Nesta coletânea de fontes, podemos explorar cinco dos eventos que dizem ter ocorrido no dia 17 de Tamuz:

1. As tábuas foram destruídas

ה' דברים אירעו את אבותינו בשבעה עשר בתמוז כו': נשתברו הלוחות מנלן דתניא בששה לחדש ניתנו עשרת הדברות לישראל רבי יוסי אומר בשבעה בו מאן דאמר בששה ניתנו בששה ניתנו ובשבעה עלה משה מ"ד בשבעה בשבעה ניתנו ובשבעה עלה משה דכתיב (שמות כד, טז) ויקרא אל משה ביום השביעי וכתיב (שמות כד, יח) ויבא משה בתוך הענן ויעל אל ההר ויהי משה בהר ארבעים יום וארבעים לילה עשרים וארבעה דסיון ושיתסר דתמוז מלו להו ארבעין בשיבסר בתמוז נחית אתא ותברינהו ללוחות וכתיב (שמות לב, יט) ויהי כאשר קרב אל המחנה וירא את העגל וישלך מידיו את הלוחות וישבר אותם תחת ההר:

§ A mishná ensinou: Cinco questões calamitosas ocorreram aos nossos antepassados no décimo sétimo dia de Tamuz, um dos quais foi que as tábuas foram quebradas. De onde derivamos que as tábuas foram quebradas, neste dia? Como foi ensinado num baraita: No sexto dia do mês de Sivan , os Dez Mandamentos foram dados ao povo israelita. O rabino Iossei disse: Foi no dia 7 daquele mês.

De acordo com aquele que disse que foram dados no sexto dia de Sivan: Foram dados no sexto dia, e no sétimo Moshe subiu para Monte Sinai.

E de acordo com aquele que disse que os Dez Pronunciamentos foram dados no sétimo dia de Sivan: Eles foram dados no sétimo dia, e em o sétimo Moshe subiu ao Monte Sinai, como está escrito: "E Ele chamou Moshe no sétimo dia fora do meio da nuvem" ( Shemot 24 : 16), e está escrito: "E Moshe entrou no meio da nuvem, e ele subiu para a montanha, e Moshe ficou na montanha, quarenta dias e quarenta noites" (Shemot 24 : 18).

O cálculo é o seguinte:

Faltavam 24 dias em Sivan, mais os primeiros dezesseis dias de Tammuz, que chega ao total de quarenta dias. No décimo sétimo dia de Tamuz, Moshe desceu, veio, observou as pessoas prostrando-se ao bezerro de ouro, e quebrou as tábuas. E está escrito: "E aconteceu , assim quando ele se aproximou do acampamento, que viu o bezerro e a dança, e a ira de Moshe ardeu e ele lançou as tábuas para fora, e as quebrou sob a montanha" (Shemot 32 : 19).

Isso mostra que as tábuas foram quebradas no décimo sétimo de Tamuz.

Esta passagem da Guemará trata simplesmente com o cálculo de datas. Por que você acha que, aos olhos dos sábios, um dia primariamente estava associado ao luto pela destruição do Templo, tendo suas raízes na narrativa da Torá? Você vê uma ligação entre a quebra das tábuas e a quebra dos muros de Jerusalém?

A Oferta de Tamid no Templo cessou

A Guemará, no tratado de Taanit diz que sabemos "por tradição" que as ofertas diários no Templo cessaram naquele momento. O clássico comentário na Mishná 'Iahin' escrito pelo rabino Israel Lifschitz comenta algo sobre isso:

ובטל התמיד
כשצרו, עלי ירושלים כשנחרבה, באותו יום לא נמצאו עוד כבשים להקריב ול"נ שר"ל בימי הורקנוס וארסתבולוס כשצרו זע"ז וכן משמע נמי מב"ק [דפ"ב ב'], מיהו אי קאי אזמן חורבן, היינו זמן חורבן ראשון שצר נבוכדנצר על ירושלים ג' שנים. אבל בית שני לא משכו ימי המצור רק מניסן עד אב וא"כ כשהובקעה העיר פשיטא שפסק הכל והתמיד עמם:

"A Tamid cessou..." Quando cercaram Jerusalém, ela foi destruída, porque naquele dia não havia mais cordeiros para a oferta Tamid. Parece-me que esta passagem está se referindo aos dias de Hirkanus e Aristobulous (os últimos, dos reis Hashmonaim), quando sitiaram um ao outro (durante a sua guerra civil.)

Assim, também parece [ser o caso] a partir do [texto em] Bava Kama 82b.

No entanto, se a passagem se referiu ao tempo da destruição do Templo, então a implicação seria da destruição do primeiro Templo, quando Nevuhadnetzar, rei da Babilônia, sitiou Jerusalém por três anos.

[Este texto,] não poderia estar se referindo ao Segundo Templo, porque naquele [caso], o cerco só durou do [mês de] Nissan ao [mês de] Av, e sendo assim, quando eles invadiram a cidade, seria óbvio que toda [atividade ritual] cessou, incluindo Tamid.

Outra tradição ensinaria que a oferta Tamid teria sido trazida sem interrupção, "desde a revelação no Sinai até o dia 17 de Tamuz", quando os muros de Jerusalém foram quebrados. Quando marcamos sua cessação, o que exatamente estamos lamentando?

As muralhas da cidade foram violadas

הובקעה העיר בי"ז הוה והכתיב (ירמיהו נב, ו) בחדש הרביעי בתשעה לחדש ויחזק הרעב בעיר וכתיב בתריה (ירמיהו נב, ז) ותבקע העיר וגו' אמר רבא לא קשיא כאן בראשונה כאן בשניה דתניא בראשונה הובקעה העיר בתשעה בתמוז בשניה בשבעה עשר בו:

Essa tragédia ocorreu no dia 17 de Tamuz? Mas não está escrito: "No quarto mês, no nono do mês, a fome foi severa na cidade" (Irmiahu 52 : 6), e é escrito imediatamente a seguir: "Então uma brecha foi feita na cidade" (Irmiahu 52 : 7), o que indica claramente, que a cidade foi invadida no nono dia. Rava disse: Isso não é difícil, pois aqui o verso está se referindo ao Primeiro Templo, enquanto que lá, na mishná, se descreve a destruição do Segundo Templo, como foi ensinado num baraita: Após a destruição do Primeiro Templo, os muros da cidade foram violados, no nono dia de Tamuz; e na destruição do Segundo Templo eles foram violados no décimo sétimo dia de Tamuz.

Por que se lamentaria a quebra dos muros de Jerusalém como um evento separado da destruição do Templo?

Os dias de jejum do dia 17 de Tamuz e do dia 9 de Av, muitas vezes parecem borrar a distinção entre a destruição do Primeiro e Segundo Templo.

A Guemará, no Talmud Bavli mencionado antes, diferenciam entre a destruição do Primeiro Templo pelos babilônios e o Segundo pelos romanos, mas o Talmud de Jerusalém, diz que as paredes foram violadas ambas as vezes no mesmo dia: O 17 de Tamuz.

Apostomos queima a Torá

Este incidente é um grande mistério textual da Mishná.

A Guemará em Taanit 28b simplesmente comenta que seria uma "tradição transmitida de nossos ancestrais", que um general (possivelmente) romano, chamado "Apostomus", teria queimado um pergaminho da Torá no dia.

Alguns estudiosos associam a personagem "Apostomus" (historicamente desconhecida) com Antíoco Epifânio, o rei grego que é vilão na história de Hanucá.

Outros disseram que a Mishná estaria se referindo ao seguinte incidente aludido por Flávio Josefo no Antiguidades dos Judeus XX 5 : 4:

[113] Οὔπω δ' αὐτῶν τὸ πρῶτον πένθος ἐπέπαυτο καὶ κακὸν ἄλλο προσέπιπτεν: τῶν γὰρ ἀφεστώτων ἐπὶ νεωτερισμῷ τινες κατὰ τὴν δημοσίαν ὁδὸν ὡς ἑκατὸν σταδίων ἄπωθεν τῆς πόλεως Στέφανον Καίσαρος δοῦλον ὁδοιποροῦντα λῃστεύσαντες ἅπασαν αὐτοῦ τὴν κτῆσιν διαρπάζουσιν. [114] ἀκούσας δὲ τὸ πραχθὲν ὁ Κουμανὸς εὐθὺς πέμπει στρατιώτας, κελεύσας αὐτοῖς τὰς πλησίον κώμας διαρπάσαι, τοὺς δ' ἐπιφανεστάτους αὐτῶν δήσαντας ἐπ' αὐτὸν ἄγειν. [115] τῆς δὲ πορθήσεως γενομένης τῶν στρατιωτῶν τις τοὺς Μωυσέως νόμους ἔν τινι κώμῃ λαβὼν κειμένους προκομίσας εἰς τὴν πάντων ὄψιν διέσχισεν ἐπιβλασφημῶν καὶ πολλὰ κατακερτομῶν. [116] Ἰουδαῖοι δὲ ταῦτα ἀκούσαντες καὶ πολλοὶ συνδραμόντες καταβαίνουσιν εἰς Καισάρειαν, ἐκεῖ γὰρ ἐτύγχανεν ὁ Κουμανὸς ὤν, ἱκετεύοντες μὴ αὐτοὺς ἀλλὰ τὸν θεὸν οὗπερ οἱ νόμοι καθυβρίσθησαν ἐκδικῆσαι: ζῆν γὰρ οὐχ ὑπομένειν τῶν πατρίων αὐτοῖς οὕτως περιυβρισμένων. καὶ Κουμανὸς δείσας, [117] μὴ πάλιν νεωτερίσειεν τὸ πλῆθος, συμβουλευσάντων καὶ τῶν φίλων τὸν ἐνυβρίσαντα τοῖς νόμοις στρατιώτην πελεκίσας ἔπαυσεν τὴν στάσιν ἐκ δευτέρου μέλλουσαν ἐξάπτεσθαι.

113 Antes da primeira onda de luto acabar, outra tragédia aconteceu com eles. Alguns dos instigadores da perturbação mencionados antes, roubaram Stephanus, um servo de César, na estrada pública cerca de cem "furlongs" da cidade. E o roubaram, de tudo o que ele tinha.

114 Quando Cumanus ouviu falar disso, imediatamente enviou soldados com ordens para saquear as aldeias vizinhas [ao incidente] e trazer as pessoas mais ilustres [do local] acorrentados. [Ele praticaram] vandalismo e, um dos soldados apreendeu as leis de Moisés, [que foram] encontradas em uma dessas aldeias e as trouxe para fora e as rasgou em pedaços, à vista de todo mundo, blasfemando da maneira mais vil.

116 Quando os judeus ouviram isso, se reuniram em grande número e desceram para Cesareia onde Cumanus estava na época, implorando-lhe para não se vingar, mas que considerasse Deus, cujas leis foram insultadas; pois eles não poderiam suportar viver mais, se suas leis ancestrais tivessem que ser afrontadas desta forma.

117 Então Cumanus, por conselho de seus amigos e temendo que o povo começasse uma revolta, decapitou o soldado que havia insultado a lei desta forma, e assim colocou um fim na rebelião que estava prestes a explodir novamente.

Outra explicação do evento, do comentário Iahin:

את התורה
נ"ל דר"ל אותה תורה שכתב עזרא, שהיה בעזרה, כדאמרינן במסכת סופרים שממנה הגיהו שאר ספרים [ועי' מ"ק פ"ג מ"ד]. או נ"ל דר"ל ששרף כל תורה שמצא. ואפ"ה קאמר התורה לשון יחיד, שכוונת אותו רשע הי' לבטל תורה בכללה מישראל:

"Queimou a Torá...."

Parece-me que isso está se referindo ao pergaminho da Torá, escrito por Esrah o Escriba, que era mantido nos tribunais do Templo e do qual, todos os outros pergaminhos eram verificados e corrigidos, como se diz no tratado Soferim (Mishná, Moed Katan 3 : 4).

Ou parece que isso significa que eles queimaram cada pergaminho da Torá que puderam encontrar, e a razão pela qual a Mishná diz "a Torá" no singular, é que a intenção daquele perverso era apagar completamente a Torá de Israel.

Um ídolo no Templo

A Mishná registra que alguém colocou um ídolo no Templo de Jerusalém no dia 17 de Tamuz, o ato final de descrição - mas não diz quem.

Mais uma vez há uma discussão entre os Talmud's Bavli e Jerusalém, sobre quem teria sido responsável por fazer aquilo. O Talmud Bavli considerou que era o mesmo "Apostomos" mencionado antes, e comentou:

העמיד צלם בהיכל מנלן דכתיב (דניאל יב, יא) ומעת הוסר התמיד ולתת שקוץ שומם וחד הוה והכתיב (דניאל ט, כז) ועל כנף שקוצים משומם אמר רבא תרי הוו ונפל חד על חבריה ותבריה ליה לידיה ואשתכח דהוה כתיב אנת צבית לחרובי ביתא ידך אשלימת ליה

De onde derivamos que isso ocorreu no décimo sétimo de Tammuz? Como está escrito: "E a partir do momento em que a oferta diária deve ser retirada e a abominação que causa horror é criada" (Daniel 12 : 11). A Guemará pergunta: E só havia um ídolo colocado lá? Mas não está escrito: "E sobre a asa das coisas detestáveis será o que causa horror" (Daniel 9 : 27)? O plural, "coisas detestáveis", indicaria a presença de pelo menos dois ídolos.

Rava disse: É que, inicialmente haviam dois ídolos, mas um caiu sobre o outro e quebrou a mão.

E uma inscrição foi encontrada na mão do ídolo quebrado que dizia:

Você quer destruir o Templo? Eu te dou uma mão.

É como se um ídolo tivesse dito ao outro:

Você está tentando destruir o Templo fazendo com que Israel reze para você?

Eu também te dou uma mão para ajudá-lo.

Mas o Talmud de Jerusalém, trouxe uma leitura diferente das coisas, que atribui esse ato, ao rei israelita Menashe:

FONTE EXTRA

Esta é apenas uma breve apresentação das fontes no dia 17 de Tamuz. Outra fonte diz o seguinte:

פְּסָל לְךָ. אֵימָתַי יָרַד מֹשֶׁה מִן הָהָר? אָמַר רַבִּי יְהוּדָה בַּר שַׁלּוּם, מֵאָה וְעֶשְׂרִים יוֹם עָשָׂה מֹשֶׁה אֵצֶל הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא. כֵּיצַד? בַּחֹדֶשׁ הַשְּׁלִישִׁי לְצֵאת בְּנֵי יִשְׂרָאֵל וְגוֹ' (שמות יט, א). בְּשִׁשָּׁה בַּחֹדֶשׁ נָתַן לָהֶם עֲשֶׂרֶת הַדִּבְּרוֹת, וּכְתִיב בּוֹ: וּמֹשֶׁה עָלָה אֶל הָאֱלֹהִים (שמות יט, ב). וְעָשָׂה שָׁם אַרְבָּעִים יוֹם, עֶשְׂרִים וְאַרְבָּעָה מִסִּיוָן וְשִׁשָּׁה עָשָׂר מִתַּמּוּז, הֲרֵי אַרְבָּעִים יוֹם. יָרַד בְּשִׁבְעָה עָשָׂר בְּתַמּוּז, רָאָה אֶת הָעֵגֶל וְשִׁבֵּר אֶת הַלּוּחוֹת, וְרִדָּה אֶת הַסְּרוּחִין שְׁמוֹנָה עָשָׂר וְתִשְׁעָה עָשָׂר. וְחָזַר וְעָלָה בְּעֶשְׂרִים, שֶׁנֶּאֱמַר: וַיְהִי מִמָּחֳרָת וַיֹּאמֶר מֹשֶׁה אֶל הָעָם אַתֶּם חֲטָאתֶם חֲטָאָה גְדֹלָה וְעַתָּה אֶעֱלֶה אֶל ה' וְגוֹ'. וּכְתִיב: וַיָּשָׁב מֹשֶׁה אֶל ה' וַיֹּאמַר אָנָּא חָטָא הָעָם הַזֶּה חֲטָאָה גְדֹלָה וְגוֹ', עָשָׂה שָׁם עֲשָׂרָה מִן תַּמּוּז וְכָל חֹדֶשׁ אָב, הֲרֵי אַרְבָּעִים יוֹם. עָלָה בְּרֹאשׁ חֹדֶשׁ אֱלוּל כְּשֶׁאָמַר לוֹ פְּסָל לְךָ וֶהְיֵה נָכוֹן לַבֹּקֶר וְגוֹ', וַיִּפְסֹל וַיַּשְׁכֵּם מֹשֶׁה בַבֹּקֶר וַיַּעַל. עָשָׂה שָׁם אֱלוּל כֻּלּוֹ וַעֲשָׂרָה מִתִּשְׁרֵי וְיָרַד בֶּעָשׂוֹר. וְהָיוּ יִשְׂרָאֵל שְׁרוּיִים בִּתְפִלָּה וְתַעֲנִית, וּבוֹ בַּיּוֹם נֶאֱמַר לוֹ לְמֹשֶׁה: סָלַחְתִּי כִּדְבָרֶךָ (במדבר יד, כ). וּקְבָעוֹ הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא סְלִיחָה וּמְחִילָה לְדוֹרוֹת, שֶׁנֶּאֱמַר: כִּי בַיּוֹם הַזֶּה יְכַפֵּר עֲלֵיכֶם לְטַהֵר (ויקרא טז, ל). וּמִיָּד צִוָּה לוֹ לְמֹשֶׁה, וְעָשׂוּ לִי מִקְדָּשׁ.

Hew essas duas tábuas de pedra (Exod. 34:1). Quando Moshe desceu da montanha?

Iehudá, filho de Shalum, disse: Moshe permaneceu na montanha com o Santo, bendito seja, por cento e vinte dias.

Como ele chegou a essa conclusão? Do verso: No terceiro mês após os filhos de Israel terem saído da terra do Egito (Shemot 19 : 1).

No sexto dia daquele mês , lhe foi dado os Dez Pronunciamentos, como está escrito a seu respeito: E Moshe subiu para a montanha de Elohim (Shemot 24 : 13).

Ele permaneceu lá por quarenta dias, ou seja, os vinte e quatro dias do mês de Sivan e os dezesseis dias do mês de Tamuz, totalizando quarenta dias no total.

Ele desceu da montanha, no décimo sétimo dia de Tamuz, e no décimo oitavo dia, e no décimo nono dia, viu o bezerro, quebrou as tábuas, e parou a celebração.

No vigésimo dia , se virou e subiu mais uma vez, como se diz: E aconteceu no dia seguinte que Moshe disse ao povo : "Vocês cometeram um grande erro; e agora, irei até o HaShem" (Shemot 32 : 30). E está escrito: E Moshe retornou ao HaShem e disse: "Oh, este povo cometeu um grande erro" (Shemot 32 : 31).

Permaneceu lá os dez dias do mês de Tamuz e todo o mês de Av, totalizando mais quarenta dias.

Ele subiu no primeiro dia do mês de Elul quando lhe foi dito: Extraia duas tábuas ... e estar pronto pela manhã (Shemot 34 : 1 - 2). E ele extraiu ... e Moshe se levantou no início da manhã, e subiu até o Monte Sinai (Shemot 34 : 4).

Ele ficou lá durante todo o mês de Elul e até o décimo dia de Tishrei (mais dez dias).

No décimo dia de Tishrei ele desceu enquanto os israelitas rezavam e jejuavam.

Naquele dia, lhe foi dito : Eu perdoei, de acordo com a tua palavra (Bamidbar 14 : 20).

Então o Santo, bendito seja, estabeleceu aquele dia, como o dia do perdão e da expiação, para as gerações futuras (o Iom Kipur), como foi dito: Pois neste dia deve expiação ser feita para vocês, para os purificar (Vaicrá 16 : 30). Aí foi ordenado a Moshe: Deixe-os me fazer um Santuário (Shemot 25 : 8).

פְּסָל לְךָ וֶהְיֵה נָכוֹן לַבֹּקֶר. כָּךְ בָּרִאשׁוֹנָה, וַיְהִי בַיּוֹם הַשְּׁלִישִׁי בִּהְיֹת הַבֹּקֶר וְגוֹ' (שמות כה, ח). וְכָאן: וְגַם אִישׁ אַל יֵרָא. הַלּוּחוֹת רִאשׁוֹנוֹת עַל שֶׁנִּתְּנוּ בְּפֻמְבֵּי, לְפִיכָךְ שָׁלְטָה בָּהֶם עַיִן הָרַע וְנִשְׁתַּבְּרוּ. וְכָאן אָמַר לוֹ הַקָּדוֹשׁ בָּרוּךְ הוּא: אֵין לְךָ יָפֶה מִן הַצְּנִיעוּת, שֶׁנֶּאֱמַר: וּמָה ה' דּוֹרֵשׁ מִמְּךָ כִּי אִם עֲשׂוֹת מִשְׁפָּט וְאַהֲבַת חֶסֶד וְהַצְנֵעַ לֶכֶת (מיכה ו, ח).

Extraia e ... e esteja pronto pela manhã... (Shemot 34 : 1 - 2)... Com referência às primeiras tábuas, está escrito: E aconteceu no terceiro dia, quando era manhã, que houve trovões e relâmpagos (Shemot 19 : 16).

Mas no que diz respeito às segundas tábuas, foi dito: Que nenhum homem seja visto (Shemot 34 : 3).

Porque as primeiras tábuas foram dadas abertamente, o Ietzer Hará (mau instinto) prevaleceu sobre eles, e (por essa razão) elas foram quebrados.

Mas neste exemplo (das segundas tábuas) o Santo, bendito seja, disse: Não há nada mais desejável do que a humildade, como foi dito: E o que o HaShem exige de ti? Apenas praticar a justiça, amar a misericórdia, e caminhar humildemente com o Elohim (Mihá 6 : 8).